Texto e fotos: Lia Sahadi
Especial para este blog
A poeira do teu rosto
tuas lágrimas não lavam.
O sujo da tua alma,
nem a água do rio, nem a do mar
nem a do lago Paranoá conseguem lavar.
Poema que fez quando Collor desceu a rampa
chorando após renunciar para não ser cassado
Em uma barraquinha que mais parece uma caixa, trabalha Nelson Sebastião Souza, um sapateiro muito simpático que adora falar de política e, nos tempos vagos, adora escrever.
Seu Nelson, 73 anos, nasceu em Viana, interior do Maranhão. Aprendeu a confeccionar e consertar sapatos aos dez anos e , em 1963, mudou-se para Brasília, onde constituiu família.
Após 32 anos instalado em um pequena banca, em frente a uma das lojas da 104 Norte, mudou-se para a comercial da frente, a 103 Norte, onde está há três anos. Continua trabalhando aproximadamente 8 horas por dia, de segunda-feira a sábado.
Na pequena e improvisada sapataria, é prestado todo o tipo de serviço, desde troca de salto até tingimento de couro. Seu Nelson já fez sapato até para o presidente da Câmara dos Deputados, em 1963. Mas agora dedica-se a pequenos consertos, não produz mais sapatos.
O trabalho de sapateiro é a única fonte de renda da família. Reside com a esposa e uma filha. E, segundo ele, dá para levar a vida. Mesmo trabalhando tão extensivamente, Seu Nelson sempre arruma tempo para escrever poemas, que têm como principal assunto à política que “é seu gosto e desgosto”.
O trabalho de sapateiro é a única fonte de renda da família. Reside com a esposa e uma filha. E, segundo ele, dá para levar a vida. Mesmo trabalhando tão extensivamente, Seu Nelson sempre arruma tempo para escrever poemas, que têm como principal assunto à política que “é seu gosto e desgosto”.
Diz que fica indignado com as injustiças que presencia no seu dia-a-dia. “Nesse país a mentira e a covardia caminham juntos, haverá de chegar o dia em que os homens se envergonharão de serem honestos”, lamenta-se.
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