Texto e foto: Lia Sahadi
Especial para este blog
São muitos os trabalhadores por conta própria que, bem ou precariamente estabelecidos nas entrequadras do Plano Piloto, ganham a vida facilitando a vida dos moradoradores. Quem tem um eletrodoméstico mais antigo, que já saiu da garantia, não precisa ficar aguardando a boa-vontade das empresas de manutenção e reparos, vinculadas às grandes marcas, sempre desfalcadas de peças de produtos saídos de linha. Pode se valer dos serviços, por exemplo, da Eletrotécnica do Geraldo, que funciona na Entrequadra 708/709, há 26 anos.
Lá, pode-se consertar os mais diferentes tipos de eletrodomésticos, como liquidificador, batedeira, aspirador, enceradeira, ferro de passar. Conserta-se também panelas de pressão. O proprietário, José Geraldo Barbosa, 63 anos, segundo ele muito bem vividos, começou no ofício aos 12 anos de idade, quando arriscou-se a consertar eletrodomésticos da família fora de uso por falta de dinheiro para pagar alguém especializado. Com o passar do tempo, foi pegando prática e os vizinhos passaram a levar aparelhos para o ainda adolescente Geraldo consertá-los.
Com o dinheiro já entrando em seu dia-a-dia, Geraldo viu que tinha futuro trabalhar no ramo. Outro fator importante para sua decisão de permanecer no mesmo ofício foi o natural talento para serviços manuais. Como gostava muito do que fazia, mesmo tendo experiência, resolveu fazer um curso profissionalizante por correspondência para obter conhecimento teórico e aperfeiçoar a prática.
Natural de Sobral, interior do Ceará, Seu Geraldo veio à Brasília procurar melhores condições financeiras e acabou encontrando também sua esposa, com quem é casado até hoje. Pai de três filhos e avô de cinco netos, informa que seu faturamento, em torno de R$ 1500 por mês, dá para o sustento da família. Aposta em preços baixos para ganhar e manter freguesia.
Morando em Taguatinga Norte, tem uma rotina corrida. Abre de segunda à sexta-feira das oito às dezoito horas e, nos sábados, das nove ao meio dia. Diz que prefere ter todas as horas do seu dia ocupadas a contratar um funcionário, para não correr o risco de atender mal um cliante e acabar “queimando” seu nome na praça. Jamais foi assaltado e, a respeito do assunto, brinca: “Bandido não quer serviço, quer dinheiro e aqui eu só tenho serviço.”
Para Seu Geraldo, o trabalho é um lazer e até o compara com jogos de cartas e sinuca. Otimista, ele diz: “Na vida, a gente tem que fazer tudo o que gosta, porque se não fizer perde o entusiasmo, o ânimo, o humor ”. Preocupado em ser correto, Seu Geraldo faz questão de ter a documentação de seu estabelecimento em ordem, como o alvará de funcionamento, para evitar problemas com a fiscalização e trabalhar com tranquilidade. "Gosto de ter as mãos sujas, mas a consciência limpa”, afirma.
quinta-feira, 14 de agosto de 2008
quarta-feira, 13 de agosto de 2008
Análise: inflação arrefece e governo está determinado a trazê-la para o centro da meta
Depois das recentes elevações na taxa básicade juros, a Selic, que remunera os títulos públicos e serve de referência para a atuação so mercado financeiro, a inflação começa a dar os primeiros sinais de arrefecimento.
As sucessivas elevações, definidas pelo Comitd de Política Monetária (Copom) do Banco Central, totalizaram 1,75%, elevando a taxa anual para 13% neste mês de outrubro. Novos ajustes ainda não estão descartados. Mas a percepção é de que a taxa anual pode fechar dezembro abaixo dos 15% que vinham sendo projetados pelo mercado no pior momento da escalada de preços.
Tudo indica, que o governo, por meio do Banco Central, continuará firme na decisão de trazer o Indice de Preços ao Consumidor - Ampliado, o IPCA, para o centro da meta fixada para 2009, que é de 4,5%. As decisões de política monetária, como se sabe, tem uma defasagem que pode chegar seis meses, para que dêem o efeito desejado. Portanto, as elevações ocorridas na Selic, neste segundo semestre, têm impacto sobre as expectativas inflacionárias. Ou seja, com a desacelaração de alguns indices já ocorrendo, as projeções para 2009 devem voltar ao seu leito normal.
A alta dos preços foi proveniente, na avaliação de analistas do governo e do setor privado, de choques internacionais que acabaram contaminando o Brasil, originados principalmente de três segmentos: alimentação, minério e petróleo. Além dos ajustes na taxa Selic, o governo tomou também algumas medidas restritivas na área de crédito. Além disso, enfatizou suas metas de política fiscal.
De junho de 2007 para o mesmo mês deste ano, o IPCA saltou de 3,7% para 6,4% no acumulado de 12 meses . Apenas o índice referente à alimentação e bebidas acumulou alta de 15,5% no período. A expectativa é que a inflação este ano fique em torno do teto da meta que é de 6,5%. Entre os países que adotam o regime de metas de inflação, o Brasil foi o único até o momento a não ultrapassar a margem de tolerância que, no nosso caso, é de dois pontos acima do centro da meta.
As sucessivas elevações, definidas pelo Comitd de Política Monetária (Copom) do Banco Central, totalizaram 1,75%, elevando a taxa anual para 13% neste mês de outrubro. Novos ajustes ainda não estão descartados. Mas a percepção é de que a taxa anual pode fechar dezembro abaixo dos 15% que vinham sendo projetados pelo mercado no pior momento da escalada de preços.
Tudo indica, que o governo, por meio do Banco Central, continuará firme na decisão de trazer o Indice de Preços ao Consumidor - Ampliado, o IPCA, para o centro da meta fixada para 2009, que é de 4,5%. As decisões de política monetária, como se sabe, tem uma defasagem que pode chegar seis meses, para que dêem o efeito desejado. Portanto, as elevações ocorridas na Selic, neste segundo semestre, têm impacto sobre as expectativas inflacionárias. Ou seja, com a desacelaração de alguns indices já ocorrendo, as projeções para 2009 devem voltar ao seu leito normal.
A alta dos preços foi proveniente, na avaliação de analistas do governo e do setor privado, de choques internacionais que acabaram contaminando o Brasil, originados principalmente de três segmentos: alimentação, minério e petróleo. Além dos ajustes na taxa Selic, o governo tomou também algumas medidas restritivas na área de crédito. Além disso, enfatizou suas metas de política fiscal.
De junho de 2007 para o mesmo mês deste ano, o IPCA saltou de 3,7% para 6,4% no acumulado de 12 meses . Apenas o índice referente à alimentação e bebidas acumulou alta de 15,5% no período. A expectativa é que a inflação este ano fique em torno do teto da meta que é de 6,5%. Entre os países que adotam o regime de metas de inflação, o Brasil foi o único até o momento a não ultrapassar a margem de tolerância que, no nosso caso, é de dois pontos acima do centro da meta.
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
Na feira do Cruzeiro tem até costureira
Texto e Fotos: Lia Sahadi
Especial para este blog
Em meio a casas e edifícios, encontra-se a Feira Permanente do Cruzeiro, localizada mais precisamente no Cruzeiro Velho, onde é possível encontrar desde hortaliça fresca, grãos e outras produtos, até venda de roupas e serviços de costura.
Dona Rita Gilma Ferreira Aguiar, 45 anos, que trabalha como costureira na feira há 10 e afirma que não consegue se ver fazendo outra coisa, mesmo já tendo tentado. Quando surgiu a oportunidade de deixar de costurar em casa para abrir seu próprio negócio, dona Rita resolveu abrir uma banquinha para vender roupas, principalmente jeans, mas o negócio não deu certo. Em seguida, abriu um armarinho, que também não teve sucesso. Depois das duas tentativas, percebeu que sua verdadeira paixão era costurar e aproveitou o espaço que tinha para conquistar clientes e se estabilizar no local.
Mesmo já tendo trabalhado com confecção própria, hoje só trabalha com concerto, desde troca de zíper, até ajustes em geral. Casada, mãe de três filhas e avó de duas netas, muitas vezes ela tem que se transformar em três para dar conta da sua casa, sua família e seu negócio, mas afirma que ama o que faz e está muito satisfeita com o dinheiro que tira de lá, por isso, segue em frente.
Outra vantagem é o fato de morar no Cruzeiro mesmo, podendo, assim, estar perto da sua casa para qualquer emergência. Dona Rita está à disposição da clientela na feira de terça-feira à domingo, das 09h às 18h. O preço mínimo que cobra é de R$ 4,00. Mas dependendo do serviço, costureira afirma que para aquele cliente mais antigo acaba dando um descontinho, se o preço superar o mínimo estabelecido.
Destaques da semana: Supremo pode julgar questão fiscal polêmica
por Carlos Lopes
Politica&Poder
Santafé Idéias (www.santafeideias.com.br)
O STF pode julgar uma vultosa questão fiscal, sobre a incidência do ICMS na base de cálculo da Cofins. Na Procuradoria-Geral da Fazenda, o processo é considerado como o de maior impacto fiscal em tramitação em última instância, já tendo entrado e saído de pauta algumas vezes no ano passado e neste ano. Volta, provavelmente, nessa quarta-feira, 13, com o agendamento do julgamento de uma Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) com que a Advocacia-Geral da União tenta reverter uma situação desfavorável na Corte.
Em 2006, no julgamento de recurso de um contribuinte, seis ministros do STF se manifestaram pela inconstitucionalidade da incidência da parcela relativa ao ICMS para o cálculo da Cofins. O julgamento foi interrompido e o governo concebeu a ADC, com os objetivos de zerar o jogo (já conquistado) e de reverter o entendimento anterior da maioria dos ministros. O não-reconhecimento da tese governista implicaria perdas de R$ 12 bilhões/ano na arrecadação da Cofins.
Congresso – O envolvimento dos parlamentares com a campanha pelas eleições municipais ainda não permitiu à Câmara estruturar uma pauta de votações até outubro. O presidente da Casa, Arlindo Chinaglia, quer que o plenário analise a proposta que estabelece um novo rito para a tramitação das medidas provisórias, mas a emenda constitucional não resolve os problemas do Parlamento, limitando-se a trocar seis por meia dúzia: sai a figura do trancamento de pauta, entrando no lugar a da obstrução da pauta.
O Senado diz que vai manter o funcionamento legislativo, o que não chega a representar um avanço. Não é de hoje que os senadores trabalham em esforço concentrado. Passam semanas sem deliberar até que decidem, em uma única jornada, entrar pela noite votando. A expectativa dos senadores é de votações importantes e polêmicas na última semana de agosto, quando a PEC dos Precatórios (criação do regime especial de pagamento) poderia entrar em pauta.
Nesse quadro de pouca definição, ganham maior relevo os depoimentos na CPI da Escuta Telefônica da Câmara, onde devem comparecer o juiz Fausto De Sanctis, da 6ª Vara Criminal da Justiça Federal de São Paulo, na terça-feira, e o empresário Daniel Dantas, na quarta-feira. Foi De Sanctis quem mandou prender Dantas, Naji Nahas e Celso Pitta, na Operação Satiagraha da Polícia Federal.
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