O ex-diretor da Nossa Caixa e ex-secretário-adjunto do Tesouro Nacional, Rubens Sardenberg, assumiu o cargo de economista-chefe da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Ele substitui Nicola Tingas, que deixou a entidade para dirigir um projeto pessoal. Rubens Sardenberg foi Diretor Financeiro e de RI da Nossa Caixa durante quatro anos, quando coordenou o processo de abertura de capital da instituição.
Na Secretaria do Tesouro Federal durante dois anos, gerenciou a gestão da Dívida Pública do Governo Federal, além de integrar o Conselho de Administração do Banco do Brasil como representante do acionista controlador. Sardenberg também integrou o Conselho de Administração da Câmara Interbancária de Pagamentos entre 2005 e 2006 e coordenou o Grupo de Trabalho sobre Serviços Financeiros no âmbito da ALCA, na Febraban.
Fonte: Relatório Bancário
quinta-feira, 18 de setembro de 2008
BB Lança Auto-Atendimento por iPhone
O Banco do Brasil está lançando um serviço de auto-atendimento para iPhone e iPod Touch. Para acessar, basta entrar no site do BB pelo navegador do iPhone. As principais transações bancárias já estão disponíveis, como saldos, extratos, pagamentos e transferências. A solução foi desenvolvida utilizando as próprias aplicações de programação de interface do aparelho. Há cerca de 15 dias, o Itaú também apresentou o seu serviço para iPhone.
Fonte: Relatório Bancário
Crise reduz valor de mercado de grandes bancos brasileiros
Após divulgarem balanços semestrais recordes, alguns dos maiores bancos brasileiros estão assistindo seu valor de mercado despencar por conta da crise financeira internacional. De dezembro até o dia 12 de setembro, os bancos de capital aberto perderam 25% de seu valor de mercado, passando de US$ 229,9 bilhões para US$ 172,5 bilhões, diz levantamento da consultoria Economatica.
Segundo o estudo, o Unibanco foi o banco que apresentou a maior queda (39%), passando de US$ 29,2 bilhões para US$ 17,8 bilhões, seguido pelo Bradesco, com US$ 48,4 bilhões (redução de 20,3%). Depois vem o Itaú, com US$ 48,5 bilhões (18,9%) e o Santander, que passou de US$ 17,6 bilhões em dezembro do ano passado para US$ 12,1 bilhões em setembro. O Banco do Brasil perdeu 24,9% de seu valor de mercado, estabelecido em US$ 31,9 bilhões.
Fonte: Relatório Bancário
Segundo o estudo, o Unibanco foi o banco que apresentou a maior queda (39%), passando de US$ 29,2 bilhões para US$ 17,8 bilhões, seguido pelo Bradesco, com US$ 48,4 bilhões (redução de 20,3%). Depois vem o Itaú, com US$ 48,5 bilhões (18,9%) e o Santander, que passou de US$ 17,6 bilhões em dezembro do ano passado para US$ 12,1 bilhões em setembro. O Banco do Brasil perdeu 24,9% de seu valor de mercado, estabelecido em US$ 31,9 bilhões.
Fonte: Relatório Bancário
Crise pode colocar agências reguladoras em pauta
por Carlos Lopes*
Politica&Poder
Santafé Idéias
(www.santafeideias.com.br)
A crise financeira internacional pode colocar na ordem do dia do Legislativo brasileiro o projeto que estabelece normas de gestão para as agências reguladoras. Isso porque toda a crise aumenta a aversão ao risco investidores, que passam a exigir mecanismos mais sólidos de regulação.
O PPS realizou um seminário nessa quarta-feira para avaliar o substitutivo do deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ) ao projeto do Executivo sobre o tema (PL 3337/04). O projeto integra uma relação de matérias relacionadas a partir do entendimento dos líderes partidários com o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia. A inclusão foi sustentada pelos representantes do PPS e do PSDB.
O deputado Arnaldo Jardim (SP), vice-líder do PPS, considera que a Lei Geral das Agências é fundamental para assegurar os investimentos de longo prazo. O projeto do governo, depois de seguidas versões, está em melhores condições de ser negociado.
Arnaldo Jardim defende mudanças no texto, considerando a necessidade de se encontrar uma forma de os recursos das agências reguladoras serem livres de contingenciamento. Para o deputado, há necessidade de maior clareza em relação ao que é papel dos ministérios e papel das agências, no que diz respeito à outorga e licitação.
Outro avanço tido como necessário em relação ao projeto original é a transformação dos contratos de gestão e desempenho, firmados entre a agência e o ministério a ela vinculado, em planos de gestão, que seriam mais bem detalhados no texto em discussão.
Em iniciativa conjunta com o deputado Paulo Henrique Lustosa (PMDB-CE), Arnaldo Jardim pretende apresentar uma emenda pela qual o Senado, que analisa as indicações para os órgãos reguladores, poderia também sustar os mandatos, a partir da recomendação de uma comissão mista destinada ao acompanhamento das agências.
Outro ajuste pretendido é o reforço do papel dos conselhos de consumidores. Medidas paralelas poderiam ser recomendadas, como a ampla divulgação das pautas e a articulação das agências entre si, com órgãos estaduais e municipais, bem como com aqueles de defesa da concorrência.
Segundo a Associação Brasileira das Agências de Regulação (ABAR), existem atualmente no país 37 agências reguladoras, sendo 10 federais, 22 estaduais e cinco municipais
* Texto editado
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A crise financeira internacional pode colocar na ordem do dia do Legislativo brasileiro o projeto que estabelece normas de gestão para as agências reguladoras. Isso porque toda a crise aumenta a aversão ao risco investidores, que passam a exigir mecanismos mais sólidos de regulação.
O PPS realizou um seminário nessa quarta-feira para avaliar o substitutivo do deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ) ao projeto do Executivo sobre o tema (PL 3337/04). O projeto integra uma relação de matérias relacionadas a partir do entendimento dos líderes partidários com o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia. A inclusão foi sustentada pelos representantes do PPS e do PSDB.
O deputado Arnaldo Jardim (SP), vice-líder do PPS, considera que a Lei Geral das Agências é fundamental para assegurar os investimentos de longo prazo. O projeto do governo, depois de seguidas versões, está em melhores condições de ser negociado.
Arnaldo Jardim defende mudanças no texto, considerando a necessidade de se encontrar uma forma de os recursos das agências reguladoras serem livres de contingenciamento. Para o deputado, há necessidade de maior clareza em relação ao que é papel dos ministérios e papel das agências, no que diz respeito à outorga e licitação.
Outro avanço tido como necessário em relação ao projeto original é a transformação dos contratos de gestão e desempenho, firmados entre a agência e o ministério a ela vinculado, em planos de gestão, que seriam mais bem detalhados no texto em discussão.
Em iniciativa conjunta com o deputado Paulo Henrique Lustosa (PMDB-CE), Arnaldo Jardim pretende apresentar uma emenda pela qual o Senado, que analisa as indicações para os órgãos reguladores, poderia também sustar os mandatos, a partir da recomendação de uma comissão mista destinada ao acompanhamento das agências.
Outro ajuste pretendido é o reforço do papel dos conselhos de consumidores. Medidas paralelas poderiam ser recomendadas, como a ampla divulgação das pautas e a articulação das agências entre si, com órgãos estaduais e municipais, bem como com aqueles de defesa da concorrência.
Segundo a Associação Brasileira das Agências de Regulação (ABAR), existem atualmente no país 37 agências reguladoras, sendo 10 federais, 22 estaduais e cinco municipais
* Texto editado
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
Meirelles vai a NY debater conjuntura internacional
por Carlos Lopes
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O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, pode trazer elementos novos para os debates internos do governo relacionados à conjuntura internacional e à crise no setor financeiro americano. Meirelles participa, hoje e amanhã, em Nova York, de reuniões do Federal Reserve com investidores. Até lá, o governo vai sendo municiado por informações do Ministério da Fazenda.
A reunião de coordenação política, realizada na tarde dessa terça-feira, tratou da crise financeira e contou com exposição do ministro Guido Mantega. Coube ao ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, falar aos jornalistas sobre a reunião, o que foi lamentável em função de este guardar distância cerimoniosa dos assuntos econômicos.
Sabe-se que Mantega falou em desaceleração do crescimento em 2009, mas isso ele vem prevendo desde que o Banco Central iniciou o ciclo de elevação dos juros básicos. À Rede Globo, o ministro estimou efeitos restritivos sobre o crédito e as exportações. Garantiu, anda, sem inovar, que o país vai continuar na rota de crescimento em 2009 e nos próximos anos. Pode desacelerar, mas não pára de crescer.
Nessa situação de crise externa, compete ao governo brasileiro falar, mesmo que seja para dizer, como fez o presidente Lula, que está atento aos acontecimentos. Argumentos apresentados por Lula, de diversificação da balança comercial e do colchão de reservas de US$ 205 bilhões foram reprisados na reunião de coordenação.
Na noite de véspera, na Rede Globo, Henrique Meirelles foi entrevistado. Disse que caiu por terra a visão de que os riscos da crise hipotecária haviam se diversificado, com a constatação de que ficaram nos grandes bancos. Meirelles previu a continuidade da crise, com a desaceleração das exportações brasileiras e redução das linhas de crédito para empresas e bancos do país. Como sempre, foi cauteloso em relação ao recrudescimento da inflação, considerando prematuro tirar alguma conclusão e mostrando alívio pelo fato de a próxima reunião do Copom ainda estar distante.
Sobre a suspensão da compra de dólares no mercado, Henrique Meirelles explicou que a política de aumento de reservas tem como característica não aumentar a volatilidade do mercado. Indagado se a instituição poderia passar a vender dólares disse que isso é possível, desde que seja importante para manter a liquidez dos mercados.
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O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, pode trazer elementos novos para os debates internos do governo relacionados à conjuntura internacional e à crise no setor financeiro americano. Meirelles participa, hoje e amanhã, em Nova York, de reuniões do Federal Reserve com investidores. Até lá, o governo vai sendo municiado por informações do Ministério da Fazenda.
A reunião de coordenação política, realizada na tarde dessa terça-feira, tratou da crise financeira e contou com exposição do ministro Guido Mantega. Coube ao ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, falar aos jornalistas sobre a reunião, o que foi lamentável em função de este guardar distância cerimoniosa dos assuntos econômicos.
Sabe-se que Mantega falou em desaceleração do crescimento em 2009, mas isso ele vem prevendo desde que o Banco Central iniciou o ciclo de elevação dos juros básicos. À Rede Globo, o ministro estimou efeitos restritivos sobre o crédito e as exportações. Garantiu, anda, sem inovar, que o país vai continuar na rota de crescimento em 2009 e nos próximos anos. Pode desacelerar, mas não pára de crescer.
Nessa situação de crise externa, compete ao governo brasileiro falar, mesmo que seja para dizer, como fez o presidente Lula, que está atento aos acontecimentos. Argumentos apresentados por Lula, de diversificação da balança comercial e do colchão de reservas de US$ 205 bilhões foram reprisados na reunião de coordenação.
Na noite de véspera, na Rede Globo, Henrique Meirelles foi entrevistado. Disse que caiu por terra a visão de que os riscos da crise hipotecária haviam se diversificado, com a constatação de que ficaram nos grandes bancos. Meirelles previu a continuidade da crise, com a desaceleração das exportações brasileiras e redução das linhas de crédito para empresas e bancos do país. Como sempre, foi cauteloso em relação ao recrudescimento da inflação, considerando prematuro tirar alguma conclusão e mostrando alívio pelo fato de a próxima reunião do Copom ainda estar distante.
Sobre a suspensão da compra de dólares no mercado, Henrique Meirelles explicou que a política de aumento de reservas tem como característica não aumentar a volatilidade do mercado. Indagado se a instituição poderia passar a vender dólares disse que isso é possível, desde que seja importante para manter a liquidez dos mercados.
terça-feira, 16 de setembro de 2008
Entenda a crise dos mercados globais
O Instituto Fernand Braudel de Economia Mundial, associado à FAAP, produziu o documento 'A festa do crédito e a economia mundial - Dinheiro, ganância, Tecnologia', sob a coordenação de Norman Gall.
O estudo disponível no endereço do próprio instituto http://www.braudel.org.br/ explica a crise desencadeada em março deste ano pela quebra do maior banco de investimento de Nova York, o Bear Stearns, seguida da intervenção maciça do Federal Reserve (EUA) e de outros bancos centrais de países desenvolvidos no setor financeiro. Intervenção que não tem evitado a propagação da crise que ameaça inclusive paises emergentes como o Brasil.
Continua o quebra-quebra de bancos de investimentos...
O Lehman Brothers, quarto maior banco de investimentos dos Estados Unidos, pediu concordata, nesta segunda-feira, 15, após incorrer em perdas bilionárias em decorrência da crise financeira global. Temores de que a carteira de ativos do banco, em grande parte ancorada em valores hipotecários, valia muito menos do que o originalmente estimado minaram a confiança na instituição de 158 anos. Do ano passado para cá, Lehman Brothers viu suas ações despencarem mais de 95%. A seguir, entenda as causa da quebra do banco e as conseqüências para o mercado financeiro e os seus clientes.
O Lehman Brothers é considerado um dos maiores operadores de empréstimos a juros fixos de Wall Street e havia investido fortemente em títulos ligados ao mercado do chamado subprime, o crédito imobiliário para pessoas consideradas com alto risco de inadimplência. Com esses investimentos agora considerados arriscados demais, analistas dizem que era inevitável que aumentasse a desconfiança em relação ao Lehman Brothers - particularmente depois do colapso do banco Bear Stearns, no início do ano.
No período de junho a agosto do ano passado, o banco anunciou uma baixa contábil de US$ 700 milhões, ao revisar o valor de seus investimentos em hipotecas para imóveis residenciais e comerciais. Neste ano, esse valor subiu para US$ 7,8 bilhões, levando o banco a anunciar, na semana passada, o maior prejuízo líquido de sua história. O banco também admitiu que ainda possuía US$ 54 bilhões em investimentos atrelados ao mercado imobiliário com risco potencial de difícil avaliação.
Com a desconfiança a respeito da segurança desses investimentos, houve uma queda no valor das ações da empresa na semana passada, em meio ao fracasso de negociações para levantar bilhões de dólares para dar garantia de solidez a investidores. ]
Fundado em 1850 por três judeus imigrantes da Alemanha, o Lehman Brothers é há décadas um proeminente banco de investimentos de Wall Street. Suas operações são com governos, companhias e outras instituições financeiras e emprega 25 mil pessoas em todo o mundo. Seu principal negócio é a compra e venda de ações e ativos de renda fixa, pesquisa, gerenciamento de investimentos e fundos. Desde o início da crise nos mercados financeiros, a instituição viu o valor de sua ação encolher de US$ 82 para menos de US$ 4, uma queda de 95%.
Efeitos colaterais
O colapso da instituição provavelmente será sentido por milhões de pessoas em todo o mundo - pelo menos indiretamente. Muitos bancos e fundos de pensão têm negócios com o Lehman Brothers ou com firmas como fundos de hedge que operam exclusivamente com o banco.
Desatar as complexas relações do Lehman Brothers pode levar semanas ou até meses. Neste tempo, o mercado financeiro permanecerá confuso. Muitos bancos não saberão exatamente em que medida estão expostos ao Lehman, e será difícil liberar recursos nestes casos.
Ao mesmo tempo, isto deve intensificar a crise de crédito, com conseqüências potencialmente negativas para as companhias e os consumidores. O colapso dramático do Lehman Brothers também já abalou as bolsas, com os preços de ações despencando em todo o mundo.
Outro grandes banco de investimentos, o americano Merrill Lynch passa por problemas semelhantes. Isso também afetaráo Bank of America que anunciou uma fusão com a instituição, envolvendo cerca de US$ 50 bilhões.
A maior dor de cabeça, porém, é em relação à seguradora AIG, uma das maiores do mundo. Ela teria pedido ao banco central americano, o Federal Reserve, um empréstimo de curto prazo de US$ 40 bilhões. Com a AIG em dificuldades, milhões de consumidores e companhias seriam afetados em todo o mundo. O sistema financeiro como um todo também seria atingido.
Tesouro dos EUA em ação
Quando o Bear Stearns começou a dar sinais de ser afetado pela crise, o Tesouro americano ajudou o JP Morgan Chase a comprá-lo. Além disso, na semana passada, o governo na prática nacionalizou as firmas de hipoteca Fannie Mae e Freddie Mac, que entre si possuem ou avalizam cerca de metade do mercado de hipotecas americano, avaliado em US$ 12 trilhões.
Os contribuintes americanos correm o risco de ter um prejuízo de bilhões de dólares com essas injeções de recursos, por isso está cada vez mais difícil politicamente para o governo socorrer companhias privadas.
Ao rejeitar conceder garantias para uma operação de compra do Lehman Brothers pelo banco britânico Barclays, analistas dizem que o Tesouro americano traçou uma linha para demarcar a vontade de usar dinheiro público no resgate a bancos que tomaram decisões equivocadas.
Em vez disso, autoridades preferiram apoiar o sistema de outras formas, anunciando medidas para facilitar o acesso de empresas com dificuldades financeiras a créditos de emergência.
Fonte: POrtal do Estadão
O Lehman Brothers é considerado um dos maiores operadores de empréstimos a juros fixos de Wall Street e havia investido fortemente em títulos ligados ao mercado do chamado subprime, o crédito imobiliário para pessoas consideradas com alto risco de inadimplência. Com esses investimentos agora considerados arriscados demais, analistas dizem que era inevitável que aumentasse a desconfiança em relação ao Lehman Brothers - particularmente depois do colapso do banco Bear Stearns, no início do ano.
No período de junho a agosto do ano passado, o banco anunciou uma baixa contábil de US$ 700 milhões, ao revisar o valor de seus investimentos em hipotecas para imóveis residenciais e comerciais. Neste ano, esse valor subiu para US$ 7,8 bilhões, levando o banco a anunciar, na semana passada, o maior prejuízo líquido de sua história. O banco também admitiu que ainda possuía US$ 54 bilhões em investimentos atrelados ao mercado imobiliário com risco potencial de difícil avaliação.
Com a desconfiança a respeito da segurança desses investimentos, houve uma queda no valor das ações da empresa na semana passada, em meio ao fracasso de negociações para levantar bilhões de dólares para dar garantia de solidez a investidores. ]
Fundado em 1850 por três judeus imigrantes da Alemanha, o Lehman Brothers é há décadas um proeminente banco de investimentos de Wall Street. Suas operações são com governos, companhias e outras instituições financeiras e emprega 25 mil pessoas em todo o mundo. Seu principal negócio é a compra e venda de ações e ativos de renda fixa, pesquisa, gerenciamento de investimentos e fundos. Desde o início da crise nos mercados financeiros, a instituição viu o valor de sua ação encolher de US$ 82 para menos de US$ 4, uma queda de 95%.
Efeitos colaterais
O colapso da instituição provavelmente será sentido por milhões de pessoas em todo o mundo - pelo menos indiretamente. Muitos bancos e fundos de pensão têm negócios com o Lehman Brothers ou com firmas como fundos de hedge que operam exclusivamente com o banco.
Desatar as complexas relações do Lehman Brothers pode levar semanas ou até meses. Neste tempo, o mercado financeiro permanecerá confuso. Muitos bancos não saberão exatamente em que medida estão expostos ao Lehman, e será difícil liberar recursos nestes casos.
Ao mesmo tempo, isto deve intensificar a crise de crédito, com conseqüências potencialmente negativas para as companhias e os consumidores. O colapso dramático do Lehman Brothers também já abalou as bolsas, com os preços de ações despencando em todo o mundo.
Outro grandes banco de investimentos, o americano Merrill Lynch passa por problemas semelhantes. Isso também afetaráo Bank of America que anunciou uma fusão com a instituição, envolvendo cerca de US$ 50 bilhões.
A maior dor de cabeça, porém, é em relação à seguradora AIG, uma das maiores do mundo. Ela teria pedido ao banco central americano, o Federal Reserve, um empréstimo de curto prazo de US$ 40 bilhões. Com a AIG em dificuldades, milhões de consumidores e companhias seriam afetados em todo o mundo. O sistema financeiro como um todo também seria atingido.
Tesouro dos EUA em ação
Quando o Bear Stearns começou a dar sinais de ser afetado pela crise, o Tesouro americano ajudou o JP Morgan Chase a comprá-lo. Além disso, na semana passada, o governo na prática nacionalizou as firmas de hipoteca Fannie Mae e Freddie Mac, que entre si possuem ou avalizam cerca de metade do mercado de hipotecas americano, avaliado em US$ 12 trilhões.
Os contribuintes americanos correm o risco de ter um prejuízo de bilhões de dólares com essas injeções de recursos, por isso está cada vez mais difícil politicamente para o governo socorrer companhias privadas.
Ao rejeitar conceder garantias para uma operação de compra do Lehman Brothers pelo banco britânico Barclays, analistas dizem que o Tesouro americano traçou uma linha para demarcar a vontade de usar dinheiro público no resgate a bancos que tomaram decisões equivocadas.
Em vez disso, autoridades preferiram apoiar o sistema de outras formas, anunciando medidas para facilitar o acesso de empresas com dificuldades financeiras a créditos de emergência.
Fonte: POrtal do Estadão
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