por Carlos Lopes
Politica&Poder
Santafé Idéias
(www.santafeideias.com.br)
Com Lula em Nova York, participando da Assembléia da ONU e de eventos paralelos, e com a maioria dos parlamentares em campanha nos estados, a agenda doméstica não opõe resistências a que as atenções se concentrem em Washington, onde governo e Congresso negociam aprovação do plano para fazer frente à crise financeira.
O plano do governo dos Estados Unidos prevê a delimitação de US$ 700 bilhões para a compra de títulos podres de hipotecas imobiliárias em poder das instituições financeiras. O governo teria total autonomia para efetuar essas compras. A proposta prevê o aumento dos limites de endividamento de US$ 10,6 trilhões para R$ 11,3 bilhões.
Existem pontos polêmicos, como a imunidade do Tesouro contra quaisquer ações legais, além da pressão do Partido Democrata para que o plano inclua mecanismos de apoio aos mutuários com problemas. A aprovação do pacote tem que se dar esta semana, tanto por razões de calendário – o Congresso entra em recesso eleitoral sexta-feira – como pelo fato de se tratar, até onde a vista alcança, do instrumento capaz de trazer alguma estabilidade aos mercados.
O presidente Lula discursa amanhã, terça-feira, na abertura da 63ª sessão da Assembléia-Geral das Nações Unidas. A crise financeira não deve estar no centro do pronunciamento, mas em um apelo para que os países desenvolvidos não deixem que os efeitos se alastrem para as nações mais pobres.
Lula vai defender o multilateralismo para o enfrentamento do aquecimento global, da escassez de alimentos e da crise de energia. O presidente também pretende reafirmar o comprometimento brasileiro com as fontes renováveis de energia e, em especial, com o biodiesel.
A permanência de Lula em Nova York, de onde só retorna na sexta-feira, intercala sua participação na campanha eleitoral. O presidente, no entanto, volta a tempo de se engajar à campanha na reta final, a oito dias da realização do primeiro turno.
Sai nesta segunda-feira nova rodada da pesquisa CNT/Sensus, com índices de popularidade do governo. No Datafolha a aprovação do presidente bateu recorde histórico, chegando a 64%. A pesquisa também faz simulações de primeiro e segundo turno com vistas às eleições presidenciais de 2010. Na área econômica são destaques a nota do Banco Central sobre o balanço de pagamentos, a arrecadação de impostos e contribuições federais e o IPCA-15.
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