quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Cronologia da pior crise financeira mundial de 2004 a agosto de 2008

Tudo começou, no período de 2004 a 2006, quando a alta dos juros americanos provocou o deterioramento das carteiras de crédito hipotecário de alto risco (sub-prime). A cronologia baixo, um resumo do que está nos jornais, deixa claro que o impacto na Europa não é assim tão recente e nem na Ásia.

2004 a 2006
A taxa de juros americaca sobe de de 1% para 5,35% e o mercado imobiliário começou a sofrer, com preços dos imóveis caindo e aumento na inadimplência de devedores.

A inadimplência em empréstimos do tipo "subprime" --hipotecas de alto risco para pessoas com histórico ruim de crédito-- atingiu níveis recordes.

Abril de 2007
  • A New Century Financial, especializada em empréstimos "subprime", pediu concordata e demitiu metade dos seus funcionários.Com suas dívidas sendo repassadas para outros bancos, o mercado "subprime" começou a entrar em colapso.

    Julho de 2007
    O banco de investimentos Bear Stearns diz que seus investidores não conseguirão resgatar o dinheiro investido em seus fundos hedge (fundos de alto risco).O diretor do Federal Reserve (o banco central americano), Ben Bernanke, diz que a crise do "subprime" pode custar US$ 100 bilhões.

    Agosto 2007
  • O banco de investimentos BNP Paribas diz a seus investidores que eles não conseguirão resgatar seus investimentos, devido à "completa evaporação da liquidez" do mercado (menor oferta de dinheiro). É um sinal claro de que os bancos estão se recusando a emprestar dinheiro uns aos outros.
  • Banco Central Europeu investe 95 bilhões de euros no setor bancário, para melhorar a liquidez. Em seguida, mais 108,7 bilhões de euros são investidos.
  • Os bancos centrais dos Estados Unidos, Canadá e Japão começam a intervir.
  • O Federal Reserve (17) corta pela metade a taxa de juros para empréstimos a bancos, para 5,75%.
  • O Northern Rock pediu e recebeu ajuda financeira emergencial do BC britânico.


    Setembro 2007
  • O banco britânico Northern Rock (03) pediu e recebeu ajuda financeira emergencial do banco central britânico. No dia seguinte, os correntistas retiraram mais de US$ 2 bilhões, em uma das maiores fugas de capital do Reino Unido.
  • O Federal Reserve (17) corta a taxa de juro em meio ponto percentual, para 5,75%.

    Outubro de 2007
  • O banco suíço UBS revelou perdas de US$ 3,4 bilhões. Em seguida, o gigante Citigroup divulgou que perdeu US$ 3,1 bilhões com o mercado "subprime" --US$ 40 bilhões no acumulado de seis meses.
  • No fim do mês, o diretor do Merrill Lynch se demite, depois de revelar que o banco tinha US$ 7,9 bilhões de dívidas que incluíam papéis podres (de má qualidade).

    Dezembro 2007
  • O presidente americano, George W. Bush, anunciou um plano para ajudar milhões de mutuários com problemas.
  • O Federal Reserve coordenou ao lado de cinco bancos centrais uma ação para empréstimos a outros bancos.
  • JPMorgan compra o banco de investimentos Bear Stearns por US$ 236 milhões

    Fevereiro de 2008
  • Ben Bernanke alerta para os efeitos da crise do sistema financeiro na economia real.
  • Os líderes do G7 (grupo dos sete países mais industrializados do mundo) dizem que as perdas com o mercado "subprime" podem chegar a US$ 400 bilhões.
  • O governo britânico nacionaliza o banco Northern Rock.

    Março de 2008
  • Federal Reserve disponibiliza mais US$ 200 bilhões para bancos em dificuldades.
  • O quinto maior banco americano, Bear Stearns, é comprado pelo JP Morgan Chase por US$ 240 milhões (um ano antes, o banco valia US$ 18 bilhões).

    Abril 2008
  • FMI (Fundo Monetário Internacional) alerta que as perdas, devido à crise financeira internacional, podem chegar a US$ 1 trilhão ou até ultrapassar esta marca.Segundo o FMI, os efeitos da crise estão se espalhando para outros setores como crédito ao consumidor e dívidas de empresas.
  • O Banco da Inglaterra diminui sua taxa de juros para 5%. E divulga os detalhes de um plano ambicioso, da ordem de 50 bilhões de libras (cerca de R$ 171 bilhões) para ajudar bancos, um plano que permitiria que estes bancos trocassem dívidas de hipoteca que potencialmente arriscadas por títulos do governo, mais seguros.
  • Empresas de hipotecas Fannie Mae e Freddie Mac recebem ajuda do governo dos EUA.
  • O banco britânico Royal Bank of Scotland anuncia o plano para levantar dinheiro junto aos acionistas, lançando novas ações no mercado, que chegam ao valor 12 bilhões de libras (mais de R$ 41 bilhões), o maior lançamento de ações da história corporativa do Reino Unido.

    Maio de 2008
  • O banco UBS, um dos mais afetados pela crise financeira mundial, também lança ações no valor de US$ 15,5 bilhões para cobrir parte de suas perdas, que chegaram a US$ 37 bilhões, mais do que qualquer outro banco afetado pelas turbulências do mercado internacional.

    Junho de 2008
  • O FBI prende 406 pessoas, incluindo corretores e empreiteiros, como parte de uma operação contra supostas fraudes em financiamentos habitacionais, que alcançaram valor de US$ 1 bilhão.
  • Outro banco britânico, desta vez o Barclays, anuncia os planos para levantar 4,5 bilhões de libras (cerca de R$ 15,4 bilhões) com lançamento de ações.

    Julho de 2008
  • O banco de hipotecas americano IndyMac entra em colapso e se torna o segundo maior banco a falir na história dos Estados Unidos.
  • Autoridades financeiras dos Estados Unidos prestam assistência às empresas do setor de hipotecas, Fannie Mae e Freddie Mac. Juntas, as duas companhias são responsáveis por quase metade das hipotecas dos Estados Unidos e detêm ou garantem cerca de US$ 5,3 trilhões em financiamentos e são cruciais para o mercado imobiliário americano.
  • O HSBC alertou que condições dos mercados são as mais difíceis "das últimas décadas"

    Agosto de 2008
  • O gigante do setor bancário HSBC alertou que as condições dos mercados financeiros são as mais difíceis "das últimas décadas", depois de sofrer uma queda de 28% em seus lucros semestrais. Dos grandes bancos europeus, o HSBC está entre os mais atingidos pela crise do mercado imobiliário e de crédito dos Estados Unidos.
  • O ministro da Fazenda britânico, Alistair Darling, afirma que a economia do Reino Unido enfrenta sua pior crise dos últimos 60 anos.

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