Aprender não é apenas ter acesso e mesmo reter conhecimentos que, adotados, nos permitiriam viver, produzir e nos relacionar melhor nos ambientes de trabalho ou familiar. Não adianta dizer eu sei disso e continuar fazendo tudo do mesmo jeito. Quem não muda ainda não aprendeu. E, se alterna mudanças com mesmices, não aprendeu o suficiente.
Essas considerações, a propósito dos dois posts imediatamente anteriores, resultam de meu primeiro contato com uma matéria chamada Didática, aos 16 anos, durante o meu curso Normal, como era chamado a formação de professores para o ensino fundamental. Mais tarde aperfeiçoei minhas noções sobre processos de aprendizagem na Universidade de Brasília, fazendo matérias na área de Educação e de Psicologia. Muitas. Todas de grande proveito para a minha vida pessoal e profissional que derivou para o Jornalismo.
Políticas públicas de geração de renda e emprego, de inclusão, capacitações que não levam em conta o entorno familiar podem significar intervenções desestruturantes. Sim, porque são intervenções alienígenas, se por um lado resolvem, por outro acabam com o status quo, incluindo aquele mínimo de bom que existia. Há alegrias, mas também muitas dores na mudança. E alguns erros de perspectivas dos detentores da boa nova podems er fatais.
Ações de valorização da Mulher que não levem em conta os homens de suas vidas, sejam presentes ou ausentes, podem acabar no que se chama (ô expressão antiga!) de tiro pela culatra. Claro que existem especificidades, e fortes, de Gênero. Mas como cuidar do meio ambiente não é cuidar exatamente de uma plantinha e nem mesmo de uma floresta, como diz didaticamente meu amigo economista, Carlos Alberto dos Santos, mas cultivar um jeito diferente de agir sob o céu que ainda nos protege, certamente ações de valorização da Mulher não podem ignorar o masculino que existe dentro dela, amoroso ou doloroso, mesmo que distante no tempo ou fisicamente.
O que acontece muitas vezes é que esses projetos com foco em mulheres dão resultados tão depressa, tão alentadores do ponto de vista econômico, que não dá tempo dos homens aprenderem juntos. Enquanto, nessas ações, os homens forem tratados como abandonadores, desonestos, bêbados que não se importam com os filhos, sempre atrás de um rabo de saia mais jovem, e não também vítimas daquela precariedade toda em volta, o sucesso expõe o mesmo que aqueles espelhos de salão de beleza: aumentam defeitos. No caso, mostra a extensão do fracasso deles como maridos, pais e profissionais. E isso lhes é devastador. Como resolver isso?
Não sou especialista, mas acho que separados, homem e mulher não vão longe. Lembro da primeira passeata feminista que vi na minha vida. Era o Dia Internacional da Mulher, 08 de março de 1979, em Roma. Centenas de mulheres sairam a rua pela aprovação do aborto e começaram a ser hostilizadas por homens e também mulheres. Hostilizadas ao ponto da agressão verbal e física. Até que alguns homens que estavam por ali, passivos, alguns até rindo no início, e depois dezenas deles, incorporaram-se às manifestantes. Eu, pessoalmente, não sou a favor do aborto. Mas, ainda bastante jovem, na casa dos vinte, me emocionei com o que vi!
quinta-feira, 17 de julho de 2008
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