A imprensa destacou, em tempo real, não ter sido unânime a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, desta quarta-feira, 10, de elevar a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 0,75 ponto porcentual, sem viés. Foi. Por unanimidade, os integrantes do Comitê decidiram pela elevação. A não unanimidade apenas se referiu ao tamanho da alta. Dos oito membros do Comitê, três votaram por uma elevação de 0,5 ponto porcentual. Esta é a quarta alta dos juros no ano. O acumulado já chega a 2,50 pontos porcentuais e a taxa passou, assim, para 13,75% ao ano.
A alta dos juros é a ferramenta usado pelo Banco Central (BC) para conter o consumo e, com isso, reduzir a pressão de alta sobre a inflação. O objetivo é deixar a variação da inflação dentro da meta estabelecida pela equipe econômica - 4,5%, com possibilidade de variação de dois pontos porcentuais para mais ou para menos. O Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) - usado como referência para a meta de inflação - está bem próximo do teto da meta no acumulado em 12 meses, em 6,17%. A ata da reunião será divulgada em 18 de setembro, próxima quinta-feira, às 8h30. A próxima reunião do Copom ocorre nos dias 28 e 29 de outubro.
A maioria dos analistas do mercados apostavam em uma alta de 0,75 ponto percentual, levando-se em conta o resultado surpreendente do Produto Interno Bruto (PIB), no segundo trimestre. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a economia brasileira cresceu 6% no primeiro semestre de 2008 sobre igual semestre de 2007, a maior alta desde 2004. O preocupante é que setores que dependem muito de crédito têm apresentado forte crescimento, acima do apurado pelo PIB. Exemplo disso é a construção civil, que ficou com taxa de crescimento de 9,9% em relação ao segundo trimestre de 2007. Este cenário justificaria a preocupação do Banco Central de continuar tentando conter a demanda, já levando em conta a inflação do primeiro trimestre de 2009.
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