quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Bush reconhece que é muito grave a crise financeira que atinge os EUA

O presidente americano, George W. Bush, assumiu que os Estados Unidos estão "imersos em uma grave crise financeira". Em discurso televisionado da Casa Branca, o presidente pediu ao Congresso que aprove urgentemente o pacote de US$ 700 bilhões para solucioná-la.

Bush afirmou que foi obrigado a intervir para evitar o pânico financeiro e a recessão. Se a ajuda não for aprovada, alertou, poupanças serão perdidas, os despejos aumentarão, haverá desemprego, empresas vão fechar e o país irá mergulhar em "uma longa e dolorosa recessão."

"Eu tenho profunda crença nas trocas comerciais livres, por isso me oponho à qualquer intervenção do governo", disse. Mas essas "não são circunstâncias normais. Os mercados não estão funcionando corretamente. Há uma disseminação da perda da confiança. Sem ação imediata do Congresso, os EUA podem afundar em um pânico profundo. Esse esforço de resgate não se destina a preservar alguma empresa ou setor em particular. Ele pretende preservar a economia como um todo", afirmou o presidente.

O colapso das gigantes financeiras teve origem a partir problema no crédito "subprime" (empréstimos imobiliários de segunda linha) no setor hipotecário, que teve enorme desenvolvimento na última década.
Convite
Pouco antes do pronunciamento de Bush, a Casa Branca informou que convidou os candidatos à Presidência dos EUA, Barack Obama e John McCain --que são senadores--, além de líderes do Congresso, para um encontro nesta quinta-feira (25), a fim de tentar chegar a um acordo sobre o pacote.

McCain e Obama divulgaram um comunicado conjunto, no qual pediram que democratas e republicanos no Congresso trabalhem em conjunto. "Esse é o tempo de superarmos a política pelo bem do país (...) Não podemos nos arriscar a uma catástrofe econômica", diz o documento.

Na terça-feira, 23, Bush disse, em discurso na 63ª Assembléia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), que o governo dos EUA tem tomado "atitudes ousadas para evitar efeitos devastadores" na economia do país.

O plano de resgate prevê a liberação de até US$ 700 bilhões de dinheiro público para recomprar os ativos podres acumulados pelos bancos com a crise de créditos "subprime" (empréstimos imobiliários de segunda linha).

Saiba mais:

O atual momento da crise financeira americana começou na semana passada, quando o banco de investimentos Lehman Brothers pediu concordata, depois de semanas tentando encontrar um modo de captar recursos para honrar seus compromissos. Outras instituições privadas se recusaram a conceder crédito ao Lehman, e o governo também não cedeu.

Além disso, o banco de investimentos Merrill Lynch foi vendido ao Bank of America e a segurado AIG, perto de um fim como o Lehman, conseguiu do Federal Reserve (FED), o Banco Central americano, um empréstimo de US$ 85 bilhões.

No início do mês já havia sinais de agravamento da situação: as duas gigantes hipotecárias americanas Fannie Mae e Freddie Mac, também sem caixa, levaram o Tesouro a preparar uma ajuda de US$ 200 bilhões, para que mantivessem as portas abertas. As duas passaram para o controlade do governo, por meio da Federal Housing Finance Agency (FHFA), a agência financeira federal para o setor imobiliário residencial.

Fonte: Folha On Line (texto editado)

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