quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Preservação do meio ambiente avança em Itaúna, já a preservação do patrimônio urbanístico...

Clique nas fotos para ampliar

Itaúna é a cidade dos fornos siderúrgicos que transformam o minério em ferro gusa. Já foi muita poluída. Com a estagnação econômica da década de 90 quase a totalidade deixou de funcionar por falta de competitidade interna e externa.

Agora, com a retomada do crescimento muitos reabriram em condições operacionais melhores para quem trabalha e para os habitantes da cidade. Nada muito rigoroso, mas que já faz a diferença. Mas se a preservação ambiental avança, o mesmo não acontece em relação ao patrimônio urbanístico.

Cada vez são menos os casarões antigos do centro da cidade. O da foto é uma linda excessão. Vendo-0 assim explendoroso dá para imaginar o que a cidade ganharia em termos de turismo se houvesse sido preservado pelo menos o centro antigo.


Contraste Centro/Periferia


Muros que entristecem e enfeiam as cidades do Brasil

Os bairros de cidades de Itaúna ou vizinhas crescem de forma ordenada ou não. Mas todos eles têm a mesma característica: muros altíssimos escondendo as casas. Muitos deles encimados por cercas elétricas.

A falta de segurança pública faz com que recursos que poderiam ser gastos na melhoria das casas sejam destinados à construção dessas muralhas medievais que só ilusoriamente protegem. Estatísticas comprovam que muros altos não inibem ladrões. Moradores são rendidos nas portas das casas e forçados a entrar. Famílias são feitas reféns e o resto é o que se sabe.

Curvas de Minas, o paraíso das motos ...

Maior poder aquisitivo da população e crédito facilitado têm aumentado muito o número de motos em circulação no país. Em Minas Gerais não é diferente.

Mudanças nos hábitos de consumo, como a utilização de serviços de tele-entrega de compras oferecidos por mercearias, farmácias e outros estabelecimentos, além de refeições prontas, congestiona as ruas estreitas das cidades mineiras nos horários de pique.

Além disso, motos daquelas magrelas, mais simples resolvem o problema de transporte de muitos dos que moram em bairros mais afastados ou zona rural. Podem ser compradas em prestações em torno de R$ 70.



Mas aos sábados e domingos, geralmente nas praças das igrejas, como se vê, nestas foto de Itaúna, são dezenas, às vezes centenas de motos mais possantes da própria cidade ou de cidades próximas, em passeio.

As curvas de Minas e estradas em boas condições ou em processo de arrumação são o paraíso desses motoqueiros de finais de semana. Sempre bem cuidadas e brilhantes ficam ali estacionadas enquanto seus donos jogam conversa fora com amigos ou admiradores, cobiçadas pelos sem motos ou por donos de magrelas motorizadas ou não.

A proliferação de motos está gerando muitos pequenos negócios especializados em cidades de interior, desde revenda de peças, consertos e manutenção, como de vendas de roupos apropriadas e, como não poderia deixar de ser de tatuagens e outros adereços corporais.

Crédito facilitado, o grande produto das redes de varejo

Nesta viagem por Minas e São Paulo pude comprovar a estratégia bastante agressiva de expansão das grandes redes varejistas, como o Magazine Luíza, tendo como foco pequenas e médias cidades do interior.

Na foto, bastante ruim por sinal, porque na contra-luz, o ponto da empresa, na rua principal de Itaúna (MG), que chegou impondo um novo modelo de atendimento e de instalações para que a clientela sinta-se benvinda. Digo impondo porque é visível a influência das inovações que trouxe nos estabelecimentos tradicionais da cidade.

O Magazine Luíza é apenas um amplo sobrado, mas tem um grande elevador que facilita o acesso de portadores de necessidades especiais e idosos ao mezanino, onde fica parte do mostruário de móveis e eletrodomésticos e o crediário. Tem banheiros sempre limpos, dignos de um grande shopping. Seus funcionários são treinados em São Paulo. Todo mundo pode comprar em uma loja que vende em dez vezes mesmo produtos abaixo de R$ 100. Na verdade, o grande produto dessas grandes redes éo crédito facilitado. E por aí vão fazendo a diferença.

Na foto, Isabel Favilla, de Brasília, escolhendo um presente de casamento para a prima Mariana, com a ajuda do Lucas, funcionário do Magazine Luíza de Itaúna.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Especialidade da casa...

Toda cidade de interior tem aquela comida ou bebida especial, sempre oferecida ao visitante. Destaco aqui, a que conheci numa pizzaria de Itaúna: o suco de pêssego. Trata-se de uma bebida bastante doce que agrada crianças e os de mais idade. Os ingredientes? Pêssego em calda, guaraná bem gelado e leite condensado. Como podem perceber, trata-se de uma tremenda bomba calórica.


Marcus Vinicius saboreando o suco, especialidade da casa...

que a sua avó, Dona Nair, também adora!

Tatoo? Tem. Comida na rua também...

Jovens descolados de cidades do interior de Minas Gerais como Itauna e Ouro Fin0 não precisam ir para uma cidade maior para fazer aquela tatuagem especial. Esses serviços estão disponíveis para atender uma demanda que virou uma verdadeira febre contagiosa também entre os mais velhos. Em Itaúna são duas 'oficinas' de tatuagem, todas bem equipadas, com bons profissionais e funcionando dentro das regras exigidas pela saúde pública.

Outro serviço que deixa as cidades grandes e pequenas semelhantes são os fornecedores ambulantes de refeição rápidas. Como a concorrência é grande, em função da mudança de hábitos da população, o jeito é oferecer novidades como o pastel de pizza, como mostra a foto feita por mim, em uma das ruas de Itaúna.

Tempos atrás, comer na rua, enquando se caminhava de um lugar para outro, no interior das cidades do sul e sudeste, principalmente da conservadora Minas Gerais, era falta de educação. Isso só acontecia durante festas populares, como as de igreja, quando barraquinhas de delícias e de prendas eram armadas para angariar fundos para obras de qualidade. Na rua, fora de bares ou restaurantes, quando haviam, crianças e adultos atreviam-se apenas a um sorvete ou picolé. No caso da chegada de circos e de parques de diversões também eram possíveis pipocas daquelas coloridas, cachorro-quente, algodão doce e maçãs do amor. Agora esses produtos, além das populares quentinhas estão à mão a qualquer hora e em qualquer esquina.

Crescimento econômico impulsiona pequenos negócios no interior

As duas fotos tiradas por mim em Itaúna, Minas Gerais, comprovam que o Brasil entrou num ciclo econômico virtuoso que encoraja empreendedores a apostarem na ampliação de seus negócios e na inovação.

O Varejo Central fideliza a clientela fazendo entrega domiciliar inclusive de pequenas compras, o que alivia a correria de donas de casa de todas as idades, inclusive as mais velhas com dificuldades de locomoção. Para isso, conta com uma pequena frota de moto boys.
Outra constatação possível é a transformação de pequenos cômodos, que serviam de garagem ou depósito, anexos às residências, em pontos comerciais.

A casinha verde que 'hospeda' o recanto do sabor é exemplo disso. Os proprietários apostam no diferencial do self service sem pesagem. Avaliam que não terão prejuízos porque a maioria da clientela é feminina que come bem menos.
Esta lavanderia, instalada no que antes era também um anexo de uma grande residência no centro da cidade, aposta na qualidade de serviços, nas instalações bonitas e modernas e ainda na mudança de hábitos gerada pela maior renda da população. Há alguns anos era impensável um estabelecimento desta natureza em cidades interioranas, Mandar lavar fora? Só mesmo ternos masculinos nas chamadas tinturarias.

Fazendo a cabeça em Itaúna

A estudante de fagote barroco, em Haia, Holanda, Isabel Favilla, em férias no Brasil até setembro, comprovou, na última semana de julho, que cidades do interior do Brasil, como Itaúna, nada ficam a dever aos grandes centros nacionais e internacionais, no que se refere à prestação de serviços de cabelereiro, manicure, pedicure e outros que fazem parte da beleza de uma mulher, como o de depilação e redesenho de sobrancelhas.

Em Itaúna, para o casamento da prima Mariana Ferreira, Isabel foi apresentada ao melhor hair stilist da cidade, o Julinho, e teve dele e de suas assistentes tratamento de primeira. E olhe que Isabel já cortou cabelos em Paris, em Florença e Bruxelas, onde morou por 5 anos, antes de se mudar para Haia.
Cidades de pequeno e médio porte, do Brasil inteiro, contam com profissionais competentes, bem capacitados e que oferecem instalações confortáveis e de bom gosto a sua clientela. E fazem tudo isso por preços que às vezes nem chegam à metade dos cobrados por profissionais do mesmo nível de cidades como Brasília, onde os pais de Isabel moram.

Julinho e sua equipe foram os responsáveis pelo cabelo e maquiagem da noiva Mariana (de vestido claro), na foto com a irmã Marta, tirada na véspera do casamento religioso, durante reunião à noite com padrinhos e parentes na casa de seus pais, Osmar e Tânia.