quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Juros: decisão do Copom já é de olho na inflação de 2009

A imprensa destacou, em tempo real, não ter sido unânime a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, desta quarta-feira, 10, de elevar a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 0,75 ponto porcentual, sem viés. Foi. Por unanimidade, os integrantes do Comitê decidiram pela elevação. A não unanimidade apenas se referiu ao tamanho da alta. Dos oito membros do Comitê, três votaram por uma elevação de 0,5 ponto porcentual. Esta é a quarta alta dos juros no ano. O acumulado já chega a 2,50 pontos porcentuais e a taxa passou, assim, para 13,75% ao ano.

A alta dos juros é a ferramenta usado pelo Banco Central (BC) para conter o consumo e, com isso, reduzir a pressão de alta sobre a inflação. O objetivo é deixar a variação da inflação dentro da meta estabelecida pela equipe econômica - 4,5%, com possibilidade de variação de dois pontos porcentuais para mais ou para menos. O Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) - usado como referência para a meta de inflação - está bem próximo do teto da meta no acumulado em 12 meses, em 6,17%. A ata da reunião será divulgada em 18 de setembro, próxima quinta-feira, às 8h30. A próxima reunião do Copom ocorre nos dias 28 e 29 de outubro.

A maioria dos analistas do mercados apostavam em uma alta de 0,75 ponto percentual, levando-se em conta o resultado surpreendente do Produto Interno Bruto (PIB), no segundo trimestre. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a economia brasileira cresceu 6% no primeiro semestre de 2008 sobre igual semestre de 2007, a maior alta desde 2004. O preocupante é que setores que dependem muito de crédito têm apresentado forte crescimento, acima do apurado pelo PIB. Exemplo disso é a construção civil, que ficou com taxa de crescimento de 9,9% em relação ao segundo trimestre de 2007. Este cenário justificaria a preocupação do Banco Central de continuar tentando conter a demanda, já levando em conta a inflação do primeiro trimestre de 2009.

Cresce a demanda por orgânicos

Por Lia Sahadi
Especial para este Blog

As pessoas, em geral, estão cada vez mais preocupadas em manter a boa forma e a saúde. E, para isso, vêm atentando mais para a qualidade dos alimentos ingeridos. Muitos preferem até pagar um pouco mais caro por produtos agrícolas orgânicos, aqueles cultivados sem uso de pesticidas convencionais, fertilizantes artificiais ou dejetos humanos e processados sem radiação ionizadora ou aditivos.

No que se refere a animais, são aqueles criados sem o uso rotineiro de antibióticos e sem utilização de hormônios de crescimento. Na maioria dos países, alimentos orgânicos não podem ser geneticamente modificados e devem passar por uma cuidadosa inspeção de produção. Para atender a demanda crescente por orgânicos empresas urbanas e rurais têm investido e se especializando nessa área. Este é o caso da Fazenda Malunga, localizada no PAD-DF, distante 70km de Brasília. Lá se produz hortaliças, laticínios, aves e ovos caipiras, grãos e frutas. Também oferta saladas prontas, achocolatado, açúcar, entre diversas outras opções saudáveis para sua cozinha.

A Fazenda Malunga (nome de origem africano, que significa “reunião de amigos”), surgiu há 15 anos , após um estudo feito na Universidade de Brasília (UNB) sobre o uso intensivo de agroquímicos em produção de hortaliças. O responsável pelo projeto é José Carlo Viana Valle, que começou a vender o que ali se produzia em feiras de produtos orgânicos de Brasília e também diretamente ao consumidor com entregas em domicílio.
Há dez anos as vendas foram ampliadas para redes de supermercados. O faturamento da Fazenda cresceu nestes 25% ao ano, no período de 2005 a 2008. Hoje a fazenda distribui em tormo de 20 toneladas de produção própria/mês diretamente nas residências dos clientes ou por meio de feiras, lojas de produtos naturais e supermercados.

Sofia Helena, bancária, sempre manteve verduras e frutas, as mais diversas, no cardápio diário da família por acreditar que a boa alimentação é o segredo para uma vida melhor. Há dois anos passou a comprar verduras orgânicas produzidas pela Fazenda Malunga encontradas nos supermercados que freqüenta. Mas, depois de conhecer o site da Fazenda, passou a comprar diretamente. Além de economizar tempo, chega a economizar praticamente 30% em cada compra. “Depois que passei a comprar verduras orgânicas, não mudo mais. O sabor é muito melhor. Além disso são mais crocante” afirma.

A Fazenda Malunga tem uma área de 129 hectares e conta com uma equipe de 35 funcionários, envolvidos em atividades desde o plantio até a comercialiazação dos produtos. Os funcionários, periodicamente treinados, tem participação nos lucros das empresas, e seguem normas que evitam o desperdício de energia. Os resíduos são aproveitados como adubo. O reflorestamento e barreiras vivas diminuem significativamente as perdas na irrigação por evaporação ou ventos.

Mais informações: www.malunga.com.br

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Na economia, a reunião do Copom é o destaque da semana

Por Carlos Lopes
Consultoria Santafé Idéias
www.santafeideias.com.br

O Banco Central volta a reunir,nesta terça-feira (10), o Comitê de Política Monetária (Copom) para tomar, mais uma vez, uma difícil decisão sobre a trajetória dos juros básicos, com a calibragem periódica da taxa Selic. Quando a decisão for anunciada, na quarta-feira, o crescimento da economia no segundo trimestre já vai ser de pleno conhecimento do país.

Embora o objetivo da autoridade monetária não seja reduzir o ritmo de crescimento, mas perseguir a meta de inflação, os números do PIB do segundo trimestre não devem criar qualquer tipo de constrangimento para que o Copom mantenha o rigor na fixação dos juros, de modo a devolver a inflação ao centro da meta de 4,5% em 2009.

A expectativa dos analistas econômicos é que o crescimento, a ser divulgado pelo IBGE logo no início da quarta-feira, venha forte, superior a 5% em relação ao segundo trimestre de 2007, puxado pelos investimentos produtivos e pelo consumo das famílias.

O Banco Central, que elevou a Selic em abril e reafirmou a elevação de 0,5 ponto no início de junho, aumentou a calibragem para 0,75 em julho, levando a taxa a 13%. Tudo indica que os juros sobem novamente. Indica também, aliás, há alguns meses, que o Copom está olhando para a inflação de 2009. Por fim, há indicativos de que os efeitos desse ciclo de elevação dos juros sobre o crescimento econômico também vão se tornar mais visíveis no próximo ano.

Paixão por trufas...

por Lia Sahadi
Especial para este Blog
Além das grandes lojas do ramo, é cada vez maior o número de pessoas que, artesanalmente, preparam e comercializam produtos derivados do chocolate. Dentre elas, está Maria Amélia Monteiro Dias Ferrari, 30 anos, nascida em São Paulo e que ainda criança mudou-se para José do Sapucaí, Minas Gerais.

A maioria das pessoas é apaixonada por chocolate. Há até os que se autodenominam chocólatras, os viciados em tal delícia. Lojas como a Kopenhagen e a Cacau Show investiram em recheios e formas de apresentação do chocolate para atrair fregueses. Hoje contam com mais de 226 e 480 lojas respectivamente.
Começou a vender pães de queijo e enroladinhos para comprar passagens e visitar o namorado que havia se mudado de Minas para trabalhar na capital federal. Seu contato inicial com o preparo de produtos de chocolate aconteceu quando uma de suas primas, após ter feito um curso de Ovos de Páscoa, dispôs-se a ensiná-la. Um dia, ao folhear uma revista, viu uma receita de trufa e resolveu experimentá-la. Praticou bastante antes de começar a vender o produto.

Em 2001, Maria Amélia mudou-se para Brasília, pois começaria a trabalhar em uma empresa prestadora de serviços tecnológicos. Em seguida, casou-se com seu namorado e teve sua filha, Maria Júlia. O casamento durou três anos. Mesmo trabalhando oito horas por dia e tendo de cuidar da filha e dos afazeres domésticos, não deixou de fazer aquilo que se tornou sua verdadeira paixão: as trufas.

Hoje, nove anos após aprender a fazê-las, ela vende, em média, 400 trufas por mês, diretamente ao consumidor ao preço de R$ 2,50 a unidade. Também fornece sua especialidade à cantina do Banco do Brasil e para uma padaria da 716 Norte que lhe pagam R$ 1,50 por unidade. Sobre a diferença do preço, Maria Amélia explica: “tenho que vender mais barato, pois eles não vão pegar um produto sem possibilidade de lucro.”
As trufas fazem tanto sucesso na cantina do Banco do Brasil que os clientes até reclamam ao dono quando falta algum sabor. “Hoje quase apanhei aqui porque estavam faltando alguns sabores”, brincou o dono da cantina.
Fazer trufas é muito demorado. Leva-se de três a quatro horas para dar o ponto do chocolate, para em seguida recheá-las. Maria Amélia chega a ficar acordada até às seis horas da manhã em época de Páscoa devido às grandes encomendas, precisando contratar uma pessoa para ajuda-la no período. Mesmo tendo o dia muito corrido, nada a impede de fazer suas trufas. “Quando você está fazendo uma coisa que gosta, você nem se importa, nem vê o tempo passar”, afirma. Além do mais, garante que o lucro é ótimo. Chega a faturar R$ 2.500 líquidos na Páscoa.
São 15 sabores de trufas: abacaxi, morando, figo, cupuaçu, damasco, coco, cereja, nozes, mousse de maracujá, limão, tradicional, passas ao rum, creme de castanha e creme de morando. A de passas ao rum a recordista de vendas. Maria Amélia, que mora na 716 Norte com a filha, prepara semanalmente suas trufas, e diz que a única coisa que sente é não ter um espaço maior para prepará-las. Ela tem a preocupação de tirar toda a gordura do chocolate ao prepará-las para chegar ao ponto certo e a massa não ficar pesada. A gordura retirada não fica sem serventia. O subproduto é dado a uma senhora que a usa para fazer sabão.
Maria Amélia pretende fazer um site de venda de trufas pela internet e até mesmo abrir uma pequena loja .