sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Inflação é efeito que população mais teme na crise

por Carlos Lopes
Politica&PoderSantafé Idéias
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A inflação é o efeito que desperta maior temor na população com renda familiar até R$ 1.200, de acordo com pesquisa do Ibope sobre a percepção da crise financeira. O aumento dos preços dos “produtos em geral” é destacado por 35%, enquanto 30% dizem temer a alta dos alimentos. A perda do emprego é lembrada por 20% e a impossibilidade de pagar prestações, por 13%.

A pesquisa foi encomendada pela agência de publicidade 141 SoHo Square, que atende a clientes que vendem para as classes C e D, e publicada nesse domingo pelo “Estado de S. Paulo”. O Ibope ouviu 400 pessoas entre os dias 7 e 9 de outubro, nas cidades de Brasília, Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Salvador. A margem de erro utilizada foi de mais ou menos cinco pontos percentuais.

Voltada para uma faixa específica de consumidores, a pesquisa cobre um universo pequeno de pessoas localizadas em grandes centros urbanos. Revela, por isso, um nível razoável de informação – 69% têm algum conhecimento da crise, que traz preocupação a 75%, dos quais 34% se dizem muito preocupados. O segmento mostra expectativas conservadoras do ponto de vista econômico.

Questionados sobre efeitos da crise no Brasil, 25% consideram que os problemas vão chegar nos próximos anos e 42% concordam que já chegaram. Se 10% respondem que a crise é exagero da imprensa, 16% reconhecem sua existência, mas acham que ela não vai chegar a se refletir no Brasil. Como conseqüência do fenômeno, para 56% a economia deve crescer mais lentamente. São 23% os que avaliam que o ritmo de crescimento não muda. Já 18% acreditam que o país possa parar de crescer.

A afirmação que o governo está “bastante preparado” para enfrentar a crise é atestada por 16% dos entrevistados. Outros 46% dizem que o governo está preparado, mas vai ter dificuldades para resolver a situação. E 38% não acreditam nesse preparo para enfrentar a crise.
A expectativa de 45% dos entrevistados é de que o Natal “vai ser mais magro do que o do ano passado”. Para 31% vai ser igual e 21% acreditam em um Natal “mais gordo”. Em comparação com 2008, o próximo ano deve ser muito melhor para 15%, melhor para 39% e igual para 26%.

Sobre as finanças do país, 68% acham que a situação não está muito bem agora. Esse grupamento se divide ao meio quando se abrem perspectivas: 34% dizem que vai melhorar; e 34%, que vai piorar. Os 16% mais otimistas vêem o Brasil bem, com tendência a melhorar, enquanto 13% concordam que a situação está equilibrada.

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