terça-feira, 15 de julho de 2008

Crédito amplia-se e maior escala das operações não se reflete em menores custos ao tomador final

A ampliação do crédito, principalmente para pessoas físicas é inédita. Mas, na contra-mão dessa expansão, que dá maior escala e reduz os custos operacionais das instituições financeiras, o consumidor está pagando juros cada vez mais altos.

O que acontece na prática é que os bancos continuam repassando automaticamente as elevações decididas pelo Comitê de Polítioca Monetária (Copom) do Banco Central para a taxa básica de juros (Selic), a que remunera os títulos públicos. Vamos dizer que a lógica é exatamente esta: sobe a Selic para conter pressões inflacionárias, os bancos repassam o aumento aos consumidores que decidem demandar menos. O problema é que os bancos não repassaram a queda verificada continuada na Selic por 18 meses. Ou seja, apropriaram parte desse ganho que seria do consumidor e não podem nem alegar custos com a elevação da inadimplência porque isso não aconteceu.

Entre julho de 2007 e julho de 2008, as taxas do empréstimo pessoal subiram até 32,23% chegando a 115,08% ao ano. Os juros do cheque especial registram elevações que chegam a 10,83% no mesmo período, atingindo 190,06% ao ano.

Os dados resultam de levantamentos da Fundação Procon de São Paulo. A maior taxa mensal no empréstimo pessoal detectada nas pesquisas é cobrada pelo Unibanco, 6,59% ao mês. Já a maior variação nessa operação foi encontrada no Banco do Brasil que, em junho do ano passado, praticava taxa de 4,53% e, em junho deste ano, 5,99% ao mês, uma variação para mais de de 32,23%.

No caso do cheque especial, ainda segundo a pesquisa do Procon-SP, a maior variação comparando-se julho de 2007 com julho de 2008 foi de 10,83%, na Caixa Econômica Federal. A instituição que cobrava 7,20% ao mês, em junho do ano passado, pasoua a cobrar 7,98% em junho deste ano. A segunda maior ocorreu no Santander, que elevou a taxa do cheque especial de 8,38% para 9,28%, aumento de 10,74%.

Assim como no caso do empréstimo pessoal, o banco que apresentou a maior variação em um ano não é aquele que cobra a taxa mais alta. Pela pesquisa, os maiores porcentuais são cobrados pelo Santander, 9,28%, ao mês ou 190,06% ao ano.Os valores foram colhidos em 3 de julho de 2007 e 2 de julho deste ano e levam em conta as taxas máximas cobradas de clientes com pouco tempo de relacionamento com a instituição. As taxas de empréstimos são para contratos de 12 meses e do cheque especial, para 30 dias.

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