segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Cúpula do G-20 dá o tom dos debates econômicos

por Carlos Lopes

Politica&Poder
Santafé Idéias


A cúpula de chefes de Estado do G-20, que se realiza sábado em Washington, deve dar o tom dos debates na semana, uma vez que tem em pauta a adequação do sistema financeiro mundial ao cenário econômico. O Brasil deve participar alinhado com os países emergentes, que reivindicam mais poder de decisão.

No encontro preparatório do G-20, realizado no último final de semana em São Paulo, o presidente Lula ressaltou a pretensão, ao defender o grupo formado pelas economias mais desenvolvidas e pelos emergentes como o organismo capaz de arquitetar soluções para a crise.
O encontro de São Paulo apoiou uma nova regulação do sistema financeiro internacional, com o fortalecimento do FMI, do Banco Mundial e do Fórum de Estabilidade Financeira, que reúne ministros das Finanças, bancos centrais e autoridades de regulação financeira.
Até onde puderem, os emergentes vão exigir ações coordenadas, nas quais o G-20 tenha papel destacado.

Institucionalmente, o Brasil continua a respirar os ares da economia internacional. Depois da reunião preparatória da cúpula de Washington, São Paulo sedia a reunião bimensal do Banco de Compensações Internacionais (BIS). O presidente do nosso Banco Central, Henrique Meirelles, concede entrevista à tarde para falar sobre o encontro.

O presidente Lula passa a semana fora. Ele já se encontra em Roma, em uma visita que se faz acompanhar de missão empresarial, na qual 80 empresas brasileiras, coordenadas pela FIESP, vão discutir parcerias em negócios. Lula também participa de seminário sobre as oportunidades de investimentos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Desta vez o presidente vai ser recebido no Vaticano para audiência com o papa Bento XVI. Lula deixa a Itália na quinta-feira rumo a Washington, onde participa da cúpula do G-20, vê George Bush e tenta se avistar Barack Obama, o presidente eleito que assume em janeiro.

No cenário doméstico, o ministro Guido Mantega vai negociar a MP-443 com os líderes partidários na Câmara, em reunião prevista para amanhã. A reforma tributária, que agora tem parecer, volta a ser debatida pelos membros da comissão especial, onde provavelmente vai ser votada em mais uma semana. As perspectivas são menos claras a partir daí, quando a matéria é levada ao plenário e o fator quórum começa a pesar.

O período, como sempre, é atípico no Congresso. Isso porque na sexta-feira termina o prazo para apresentação de emendas individuais e coletivas à proposta orçamentária. Vira um corre-corre desenfreado.

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