quarta-feira, 23 de julho de 2008

O que era para ser uma ocupação temporária virou emprego de quase duas décadas

No tempo em que era uma dificuldade ter um telefone fixo em casa, o avô desse orelhão ajudou muita gente a chamar taxi, socorro médico, falar com o namorado e parentes distantes.

Texto e fotos de Lia Sahadi
Especial para este Blog

Assim como a maioria das bancas de revistas e jornais de Brasília, a da 104 Norte encontra-se na entrada da quadra que é bem arborizada. À primeira vista, é uma banca como qualquer outra. Mas é só ficar um pouco ali que logo se percebe o quanto é aconchegante pela familiaridade que seus responsáveis tem com os clientes.

Ao conhecer um pouco da história desse pequeno negócio com uma das atuais proprietárias, Sheila dos Santos, ficamos sabendo que seu falecido pai, Augusto dos Santos, natural do Rio de Janeiro e funcionário do Itamaraty, após ter tido um enfarto e ser afastado do trabalho, começou a se sentir inútil. O senhor Augusto que era uma pessoa muito ativa e adorava trabalhar, resolveu procurar algo para fazer. Em 1981, surgiu a oportunidade de comprar a banca da quadra onde sempre morou com a família, que até então era de um gaúcho que estava voltando para a sua cidade natal.

Assim pintada de vermelho e branco, a banca não tem como passar despercebida por quem entra na 104 Norte

O pai de Sheila era muito querido por todos, sempre estava disposto a ajudar as pessoas e tratava gentilmente todos os freqüentadores da banca. Em 1990 seus problemas de saúde agravaram-e e ele faleceu, deixando, como herança para a mulher e filhas, a banca que ele tanto gostava. Clientes, crianças, jovens, idosos e adultos ficaram muito tristes com a morte do senhor Augusto. Muitos fizeram-lhe homenagens, como o envio de bilhetinhos à família expressando o quanto sentiriam falta dele.

Mesmo tendo outras fontes de renda em casa, a família do senhor Augusto decidiu continuar com o negócio e investiram cada vez mais nele, tanto que já ampliaram a banca duas vezes. Com diversos produtos que atendem às necessidades do seu público, incluindo doces e sorvetes, a banca está sempre movimentada.


Miler, isso que é estabilidade no emprego!

A banca é gerenciada por familiares que se revezam e tem um funcionário, o Miler, no emprego há 19 anos. Recém chegado do Rio de Janeiro, foi convidado para ficar na banca pelo período de um mês, quando os proprietários sairiam em viagem. O que era pra ser temporário já está chegando à duas décadas. De acordo com Miler, a melhor parte desse trabalho é conhecer pessoas diferentes. Ele afirma que adora o que faz.

O horário de funcionamento da banca da 104 Norte é de segunda à sexta-feira, das 07:00h às 19:30h; aos sábados das 7:00h às 15:30h; e aos domingos das 7:00h às 14:00h. Apesar da quadra ser tranqüila, a banca foi assaltada à mão armada uma vez. Mas isso não intimidou seus proprietários e para a alegria de seus freqüentadores, continua em plena atividade.

3 comentários:

Wally Melo disse...

NOSSA to feliz pela sua primeira matéria, gostei de ver...
Continue assim, vc tem talento!!!
;*****

sueli disse...

Lia,

sucesso...
Você merece!!!!
Beijão.

Elefante Elegante disse...

Num é que está nascendo uma grande reporter! Morei tanto tempo nessa quadra e nunca soube nada sobre esta banca. Foi preciso alguém de fora para mostrar o que sempre esteve diante dos nossos olhos.

Beijos, Dante